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Lançamento do livro Karingana: Licença para ouvir e contar infâncias
A Companhia Movimento Cênico convida para participar do Sarau das Bititas, que acontecerá no dia 25 de novembro, a partir das 18h, na Comunidade de Santa Maria.
O Sarau das Bititas foi criado no ano de 2021, com o objetivo de promover os artistas e escritores locais, assim como valorizar a literatura e divulgar os diversos segmentos artísticos da cidade de Sacramento e região. Além disso, o projeto busca fomentar a interação do público com poetas locais, proporcionando uma experiência de imersão cultural.
"Esta edição do 'Sarau das Bititas' contará com o lançamento do livro 'Karingana: Licença para ouvir e contar infâncias', da escritora Ana Maria Mello."
O livro nasce com a ideia de preservar a oralidade nas/das infâncias, em homenagem aos povos moçambicanos, que, de tanto ouvir, cantam e dançam estórias, pedindo sempre licença para ouvi-las. Aqui, considerei nossa origem africana – na qual a linguagem oral é um meio privilegiado de interação e comunicação entre os pequenos, entre os iniciantes. Para mim, essa linguagem ocupa posição de centralidade nas relações humanas e na constituição da subjetividade. Ainda destaco que a oralidade foi, gradativamente, sendo deixada de lado por parte expressiva das unidades de Educação Infantil, e, a partir do primeiro ano do Ensino Fundamental, notamos a total negligência dos adultos para as conversas e diálogos trazidos pelas crianças. Os diálogos infantis, ouvidos e sentidos durante minhas experiências em psicologia e educação em creches e escolas, serviram de inspiração – da mesma forma que também me inspiraram inúmeros autores, pesquisadores, poetas, artistas e movimentos populares que me constituíram. É um exemplo, já que minha prática é permeada de temas em que crianças e educadores ora falam separadamente, ora juntos. Eu repensei todo tempo – de um lado, junto com as outras infâncias; do outro lado, com a minha própria infância. Pois bem! Esse livro é feito de organização de esquecimento, nossas memórias de falas entre crianças, entre crianças e adultos e entre adultos. Por isso mesmo, as duas primeiras partes aparecem na primeira pessoa do singular e do plural, e na última, na terceira pessoa do singular. “Finalmente, acredito que esse livro é um convite para que os leitores e leitoras pensem em suas infâncias, como também nas interações com outras infâncias.”
Sobre a escritora:
"Eu sou psicóloga e educadora, luto por creche junto aos movimentos estudantil e operário desde 1973. A partir desta década trabalho em creches e pré-escola, tendo sido diretora de creche desde 1984. Participei da fundação e construção de projetos da Creche Carochinha/RP e do CECEI de São Carlos – USP. Tenho convicção que a educação não faz revoluções, mas pode emancipar crianças e jovens. Acredito ser oportuno educar com poesia e muita prosa. Sou membro fundadora do CINDEDI/FFCL-USP/ RP. Participei juntamente, com outros autores, de livros e revistas".
