Personalidades do Carnaval de Sacramento
“O carnaval acontece ao som da Bateria
As alas desfilam em harmonia
O coração dos foliões enlouquece
E a passarela do Samba se aquece
O Mestre dá o “comando” através do seu apito
E, a torcida da o grito.
Os ritmistas tocam com alegria
Embalados pelo mestre Mirandinha”
André Luiz Meirelles é popularmente conhecido como “Mirandinha”, sendo natural de Casa Branca /SP. Ele foi adotado em 1957 por Tarsila Rezende Meirelles (in memoriam) e Heitor Alves Meirelles (in memoriam) que após perderem dois filhos, decidiram adotar uma criança; ele relata ter chegado à cidade de Sacramento pela “Maria Fumaça” da Ferrovia Mogiana.
Mirandinha tem muito carinho e apreço por Sacramento, “a cidade é um cantinho do céu, os sacramentanos são privilegiados”. Ele cursou o ensino formal na Escola Coronel José Afonso de Almeida; mais tarde se alistou no exército, no Rio de Janeiro, lá permanecendo por três anos; em decorrência do conselho de um Coronel deixou o exército e retornou ao seio da família.
Mirandinha atuou, por 33 anos, como mestre de bateria. Ele relata ter iniciado esse ofício em 1970, pelo Sacramento Clube. Durante esse tempo ele assumiu consigo mesmo o compromisso de incentivar os jovens a fazer parte da bateria, afastando-os do crime e das drogas. No primeiro ano de desfile a bateria saiu com apenas 6 batuqueiros e, em 1988, bateu o recorde com 100 componentes. Os ensaios aconteciam com dois meses de antecedência e eram realizados no Sacramento Clube. Com o passar do tempo à bateria foi ficando conhecida e passou a ser requisitada pelas cidades vizinhas. Em sua história de carnavalesco Mirandinha saiu por dois anos como mestre de Bateria pela escola de samba “Mocidade Alegre Sacramentana”.
Ao relembrar os bons momentos do carnaval Mirandinha narra que a maior conquista da bateria do Sacramento Clube foi a entrada do batuqueiro Marcos Botelho, que já chegou ocupando um posto de responsabilidade, tocando um surdo e, depois, o repinique. “O Marcos ensaiou para sair na bateria, mas a fiscalização era rígida e o juizado de menores não permitiu.”
Mirandinha relatou que “saía do desfile e ia cantar na “Banda do Carabina” que se apresentava no Sacramento Clube e no Poli Esportivo, sendo que a maioria dos integrantes era do XIII de Maio: Toninho Caiana, Caximbeiro, Agernorzinho, José Francisco (Curtume), Benedito (Macalé) e André (Mirandinha).
Além da diversão que o carnaval dos velhos tempos proporcionava aos sacramentanos, Mirandinha recorda que diversos casamentos na cidade surgiram na Bateria do Sacramento Clube como, por exemplo, o de Fabiano (do supermercado Maísa) e Simone, do Juarez (da farmácia), e do Marcos Botelho e Marília, entre outros.
Em 1999, após problemas de saúde, André Luiz deixou a bateria e o carnaval; seu legado, porém, permaneceu entre os vários mestres de baterias que o sucederam.
Referência:
Subsídios fornecidos por André Luiz Meirelles, em entrevista concedida a Eliana Garcia Vilas Boas
Fonte
Texto: Eliana Garcia Vilas Boas / Revisão: Dimas da Cruz Oliveira / Foto: Arquivo Público Municipal
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Sacramento/MG