Projetos

Colégio Allan Kardec

A concepção do Colégio Allan Kardec teve início no começo do século XX, motivada pela necessidade de estabelecer uma nova instituição educacional, uma vez que a escola em que Eurípedes trabalhava não comportava mais o elevado número de alunos. Para concretizar esse projeto, Hermógenes Ernesto de Araújo, seu pai, adquiriu o terreno atualmente ocupado pelo Colégio.

O edifício exibe características do estilo eclético, destacando-se pelas paredes construídas com tijolos cerâmicos. O piso é composto por uma combinação de cerâmica e cimento queimado, enquanto os sanitários apresentam revestimento em azulejos. A cobertura é sustentada por uma estrutura de madeira, com telhas cerâmicas do tipo francês. Esta construção, situada em um terreno plano, compreende dois pavimentos alinhados à rua.

Eurípedes contratou um engenheiro de São Paulo para elaborar o projeto de construção, enquanto um imigrante italiano foi responsável pela execução da obra. O apoio financeiro de seu pai, Hermógenes Ernesto de Araújo, e de Cosme Martins, aliado à contribuição de amigos próximos, viabilizou a construção do colégio. O processo construtivo ocorreu em módulos, e o primeiro deles foi concluído no final de 1916. Embora o projeto original contemplasse quatro módulos, a morte de Eurípedes em 1918 interrompeu a construção durante a execução do terceiro módulo. A cor original do prédio era amarela.

Posteriormente, na gestão de Manoel Soares, o porão do colégio foi transformado em salas para locação. Além disso, a instituição contava com espaços destinados ao acolhimento de doentes, localizados onde hoje se encontra a cafeteria.

Em 1936, o Colégio Allan Kardec foi oficialmente registrado pela Secretaria de Educação e Cultura de Minas Gerais. A direção passou para as mãos de Corina Novelino em 1941, permanecendo até 1964. Após essa fase, o colégio tornou-se responsabilidade do estado, sendo denominado de Escolas Combinadas de Sacramento.

O Ginásio Allan Kardec foi estabelecido em 1959, encerrando suas atividades em 1971. Em 1973, Tomas Novelino liderou um movimento para continuar a tradição educacional, dando origem a uma nova unidade escolar na periferia da cidade. Durante todo esse período, o Grupo Espírita, em parceria com a Fundação Lar de Eurípedes, coordenou as atividades educacionais no Educandário Eurípedes Barsanulfo. O prédio sofreu algumas transformações, mas manteve sua estrutura arquitetônica e fachada, sendo reconhecido como o primeiro colégio espírita do Brasil.

Este texto faz parte do Projeto 'Arquitetura e Memória: Inventariando o Patrimônio Edificado de Sacramento', que tem como objetivo divulgar a história das edificações de valor cultural e arquitetônico em Sacramento.

Referências:
ABDALA, Alessandro; ALMEIDA, Fernanda Cerchi Bonatti; BOAS, Eliana Garcia Vilas; BORGES, Adriana Gobbo; SILVA, Flânder Gustavo Alves; BIANCO, Luiza Coelho Del; MARQUES, Pablo Henrique de Almeida. Inventário do Patrimônio Cultural de Sacramento. Sacramento, 2021. Documento disponível no Arquivo Público Municipal de Sacramento.

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